As tendências para a segurança dos alimentos em 2024 deverão ir ao encontro do que tem sido o reflexo dos últimos anos. O sector continuará a dar resposta aos desafios de sustentabilidade e terá um maior foco na segurança dos alimentos, bem como na automatização de processos.
Os vários acontecimentos relacionados com as questões de segurança dos alimentos, ao longo dos anos, fizeram com que a atenção das autoridades se focasse mais na manutenção da segurança da cadeia de abastecimento alimentar no seu todo.
Com uma compreensão mais profunda sobre o comportamento dos agentes contaminantes e da complexidade dos alimentos, o sector alimentar encontrou mais formas de proteger a saúde pública. Focando-se tanto na regulamentação dos procedimentos que garantem a segurança dos alimentos, como na garantia de que os alimentos disponibilizados aos consumidores são seguros.
Hoje em dia as entidades reguladoras possuem orientações adequadas a seguir na implementação da melhoria da segurança dos serviços e produtos alimentares, bem como na aplicação de sanções em caso de incumprimento.
Hoje, para além da regulamentação, a tecnologia é também uma ferramenta preciosa, com o recurso a softwares que possibilitam a existência de uma cadeia de abastecimento alimentar mais transparente. As empresas do setor alimentar recorrem menos ao papel para terem uma operação mais sustentável e simplificaram os seus processos de controlo. Além disso a informatização dos processos também irá a contribuir para uma melhor análise dos dados que leva a uma tomada de decisão mais eficiente.
A abordagem do sector alimentar às mudanças na segurança dos alimentos e em outros aspetos do processo é muitas vezes uma resposta às exigências dos consumidores cada vez mais preocupados com a sustentabilidade dos produtos adquiridos.
Vamos abordar alguns dos aspetos que influenciam fortemente estas tendências:
• Exigências dos consumidores
O principal fator que impulsiona todos os tipos de tendências no âmbito da segurança dos alimentos são as exigências dos consumidores. A indústria pretende satisfazer os pedidos dos consumidores, mantendo-os seguros. Quando há um pedido coletivo dos consumidores, isto é uma oportunidade para inovar e dar resposta a uma lacuna no mercado. Por sua vez, quando surgem novos conjuntos de regulamentos e diretrizes de segurança dos alimentos estes devem ser implementados para garantir a segurança dos alimentos entregues.
• Sustentabilidade
Além das exigências dos consumidores, o sector alimentar tem a responsabilidade de dar resposta aos desafios ambientais e à afirmação da sua responsabilidade social. Assim, as tendências são fortemente influenciadas pela procura de formas de tornar o setor mais sustentável à medida que o mundo enfrenta cada vez mais desafios resultantes dos efeitos provocados pelo estilo de vida atual.
As empresas do sector alimentar tentam desenvolver sistemas que reduzem a necessidade de esgotar materiais provenientes de recursos naturais e ao mesmo tempo prejudicar o menos possível o ambiente. Tudo isto sem comprometer a segurança dos alimentos.
O sector alimentar considera que alcançar métricas de sustentabilidade são uma excelente medida de desempenho. Espera-se que nos próximos anos, mais empresas procurem a sustentabilidade como uma meta a atingir. Uma vez que, as empresas deste setor são das entidades que mais dependem da natureza e o seu papel nos movimentos de sustentabilidade é encarado como imprescindível. O sector alimentar procura melhorar as questões relacionadas com a sua responsabilidade social, no que toca à melhoria do bem-estar dos colaboradores, da comunidade envolvente, assim como a utilização sustentável dos recursos financeiros e materiais envolvidos na produção de alimentos.
Os consumidores estão cada vez mais preocupados em perceber se os alimentos que consomem provêm de práticas sustentáveis, sendo por isso cada vez mais emergente a necessidade do setor dar resposta a estas preocupações. As empresas, neste sentido, estão a considerar a adoção de
medidas no âmbito do desperdício zero e a utilização em exclusivo de fontes de energia renováveis, assim como o apoio a movimentos que visam resolver a crise climática.
• Saúde
Com toda a informação existente sobre segurança dos alimentos, os consumidores estão a tornar-se mais conscientes das escolhas que determinam o seu estilo de vida.
O desejo dos consumidores por produtos saudáveis ou que apresentem funções ligadas à sua saúde impulsiona a indústria a encontrar matérias-primas e produtos mais funcionais. A imunidade natural e a saúde têm sido por isso enfatizadas nos últimos anos. Os consumidores preocupam-se em saber como devem agir para estarem protegidos de agentes patogénicos e doenças veiculadas por alimentos, ao mesmo tempo que procuram mais benefícios nos alimentos que consomem, para além do ponto de vista nutricional. Espera-se por isso encontrar cada vez mais alimentos funcionais disponíveis no mercado que combinem qualidade nutricional, a segurança e os benefícios para a saúde.
• Entrega de alimentos
O comportamento do consumidor mudou significativamente ao longo dos anos, sendo que os serviços de delivery e take-away têm ganho bastante expressão. Tanto os efeitos da pandemia, como o ritmo acelerado e a vida ocupada dos consumidores fizeram com que estes adotassem mais vezes por um serviço rápido de entregas, para lidar com a agitação do dia-a-dia. A pandemia, é um exemplo e reflete isto mesmo, pois mudou significativamente a forma como os consumidores acedem aos alimentos e como as empresas prestam serviços, sendo uma tendência que veio para ficar. O ritmo acelerado e o estilo de vida mais ocupado, fizeram com que os consumidores se rendessem à conveniência destes serviços, tornando-os parte integrante da rotina de muitas pessoas. Com o crescimento contínuo deste setor, novas diretrizes sobre logística e práticas de higiene e segurança para o transporte de alimentos têm vindo a ser estabelecidas.
• Digitalização de processos
A segurança dos alimentos está cada vez mais próxima da realidade digital. Nos últimos anos, o sector alimentar assistiu a uma ascendente digitalização dos processos. As empresas começaram a utilizar soluções digitais para um registo mais preciso dos dados que asseguram a segurança dos alimentos, que minimiza o erro humano e facilita a conformidade em geral.
Espera-se que o setor adote ainda mais esta tendência à medida que várias soluções são lançadas no mercado para apoiar as empresas do setor a melhorar a análise de dados, de forma a garantir uma tomada de decisão mais eficiente. Estas soluções digitais não pretendem substituir o trabalho humano porque a informação necessita ainda assim de ser verificada, justificada e auditada. Mas, torna o processo de registo da gestão da segurança dos alimentos
mais rápido, sustentável, menos sujeito a erros e a com a possibilidade de realizar uma tomada de decisão baseada em dados concretos.
O sector alimentar é um nicho muito competitivo, e acompanhar as tendências atuais do sector pode ser uma forma de permanecer ativo num ambiente de rivalidade.
Embora as tendências no setor possam, por vezes, mudar rapidamente, algumas tendências promovem uma gestão que funciona de forma mais eficiente e isso é um objetivo que se pretende atingir com o tempo. As tendências para ter as operações centradas no digital podem ajudar a melhorar a eficiência dos processos empresariais. Por exemplo, as tendências relacionadas com a segurança dos alimentos podem ajudar o processamento de alimentos a tornar-se mais seguro e a proteger os consumidores de forma mais eficaz contra doenças de origem alimentar . Deste modo, acompanhar as tendências é frequentemente visto como um impulsionador de vantagens competitivas.
Restaurantes e outras empresas do setor alimentar estão a tornar cada vez mais digital os seus sistemas de gestão de alimentos. A tecnologia tornou-se uma parte significativa do desenvolvimento do setor ao longo dos anos, e pode ser uma ótima aliada na criação e simplificação de processos.
O pós-pandemia trouxe também a realidade de que a tecnologia pode ser uma aliada na resolução de problemas do setor. A tecnologia ajudou a enfrentar os efeitos das interações limitadas e acelerou o processo de adaptação às necessidades do consumidor. Hoje em dia, a tecnologia é vista como parte integrante do setor e não apenas como uma opção. A tecnologia funciona como aliada do setor na comunicação dos produtos alimentares através das ferramentas de comunicação social. Estas ferramentas tornam-se numa das maneiras mais imediatas de comunicar com os consumidores. O uso de tecnologia, neste momento, estende-se a uma série de ações do setor, que passa por pagamentos, atividade contabilística, gestão de stocks, sendo que a segurança dos alimentos não é exceção. Na área da segurança dos alimentos, a automação pode ser uma ajuda no que diz respeito à eliminação de tarefas repetitivas. O sistema de preenchimento de registos automático, utiliza formulários inteligentes e dinâmicos, que precisam somente de posterior verificação. Esta solução pode economizar muito tempo no trabalho das equipas e minimizar os erros de registo.
No âmbito do food service também há novas tendências, existem dados que comprovam que uma cultura de segurança dos alimentos positiva melhora o desempenho dos funcionários e dos serviços. Uma cultura positiva de segurança dos alimentos incentiva os funcionários do setor alimentar a serem proativos no local de trabalho. Isto é visto como algo positivo, na medida em que garante a participação ativa de todos os colaboradores, desde a gestão até ao serviço.
Em resumo, o setor alimentar cresceu muito ao longo dos anos e podemos esperar mais crescimento nos próximos. As melhorias surgirão inevitavelmente como soluções para problemas como as alterações climáticas, o esgotamento dos recursos, os erros humanos e as doenças emergentes veiculadas por alimentos. À medida que o setor dos alimentos cresce é expectável esperar-se mais diversidade de escolhas para os consumidores. Neste sentido, o setor deve garantir que existirão diretrizes de segurança dos alimentos para proteger os consumidores contra doenças veiculadas por alimentos ou outras questões que possam comprometer a qualidade e segurança dos alimentos entregues.
Em geral, o setor pode esperar que a consciência sobre a saúde pública seja o principal impulsionador do mercado das tendências alimentares. Espera-se também que as empresas do sector alimentar incluam o bem-estar do ambiente nas suas políticas. A sustentabilidade e o respeito pelo meio ambiente serão uma prioridade. À medida que os consumidores aprendem a exigir responsabilidade das empresas, espera-se que a retribuição passe por operações mais sustentáveis e produtos de origem responsável. As circunstâncias atuais sugerem que as empresas do sector alimentar devem ser mais inclusivas quando se trata de oferecer opções mais saudáveis e de encontrar operações que respeitem o ambiente.
Além disso, manter um negócio atualizado indo ao encontro das últimas tendências pode promover maneiras mais eficientes de operacionalizar as atividades do estabelecimento e atender às necessidades dos clientes.
A tecnologia desempenhará um grande papel nesta mudança para ajudar as empresas a alcançar a eficiência e a sustentabilidade, em conjunto com a necessidade de entregar alimentos seguros. Os softwares e a automação de processos irão permitir resolver problemas decorrentes do erro humano e a reduzir a carga associada à execução de tarefas repetitivas, ao mesmo tempo que irá permitir alcançar produtos e serviços sustentáveis e mais rápidos.
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Este artigo foi escrito em parceria com a DIG-IN®
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Fonte (DIG-IN)